Violência doméstica aumenta risco de câncer de mama

Violência doméstica aumenta risco de câncer de mama
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Ainda não se sabe, com certeza, o que causa o câncer de mama. Contudo, especialistas são unânimes em afirmar que os fatores que levam à doença são vários, como idade avançada, obesidade, sedentarismo, histórico familiar e outras causas reprodutivas. 

Em recente pesquisa, a médica Cristiana Tavares, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc)/Universidade de Pernambuco (UPE), constatou que a violência doméstica, seja física ou psicológica, pode ser mais um fator relacionado ao câncer de mama. Das 200 mulheres entrevistadas, 84 descobriram a doença após terem sido agredidas pelos maridos ou namorados, o que representa 42% dos casos analisados. 

Uma das explicações é o estresse crônico que elas sofrem e que afeta o sistema imunológico, pois quando a pessoa passa por um trauma mais profundo, uma depressão, por exemplo, o emocional fica enfraquecido, podendo diminuir as defesas do organismo. Desta forma, o corpo não se defende das células cancerígenas como deveria. 

Muitas vezes, as mulheres são revitimizadas, porque a equipe que as assiste não está preparada para tratar dos traumas da violência. Por conseguinte, é importante identificar melhor essa mulher na prática clínica, pois não adianta dar a melhor quimioterapia e ela sofrer violência em casa, porque as agressões físicas ou emocionais a deixarão fragilizada e estressada, sem condições de lutar pela vida. 

Assim, precisamos incentivar políticas públicas e a atenção primária à saúde no combate à violência doméstica, priorizando o papel da equipe interdisciplinar dentro dos centros de oncologia, para que a proteção à paciente passe pelo acolhimento e escuta. 

Quanto ao companheiro da paciente, é prioritário lembrar que ele tem um papel muito importante, pois é ele que estará em todas as fases, desde o diagnóstico e, muitas vezes, caberá a ele mostrar que a companheira é muito mais do que uma mama, do que um cabelo, para que ela se sinta amada, admirada e aceita. Portanto, o companheiro deve ser inspirado a dar o suporte e o reforço na autoestima e na confiança que ela precisa, para enfrentar todo o tratamento. 

DIREITO À MAMOGRAFIA, CITOPATOLOGIA E COLONOSCOPIA 

 (Foto: Freepik)
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Segundo a lei 14.335, a mamografia, a citopatologia e a colonoscopia serão asseguradas a todas as mulheres a partir da puberdade, no SUS (Sistema Único de Saúde), não sendo mais apenas a partir dos 40 anos ou com o início da vida sexual. 

A lei não faz referência especifica aos exames citopatológicos e mamográficos, mas inclui todo procedimento necessário para diagnóstico dos cânceres. Além disso, dá ao médico a permissão de solicitar a substituição ou complementação dos exames e garante para as mulheres com deficiência, as condições e os equipamentos adequados para o atendimento em relação a essas doenças. Esse direito também se estende às mulheres idosas.

OUTUBRO ROSA E CÂNCER DE MAMA

 (Foto: Freepik)
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Outubro é o mês mundialmente conhecido pelas ações de conscientização de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento, conhecido como Outubro Rosa, é celebrado anualmente desde os anos 90. 

O câncer de mama é o tipo de câncer mais freqüente na mulher brasileira. É um desenvolvimento anormal das células da mama, que se multiplicam  até formarem um tumor maligno. O sintoma mais fácil de ser percebido é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. A pele da mama também pode ficar parecida com uma casca de laranja e podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço. Nem todo caroço é um câncer de mama, por isso é importante consultar um profissional de saúde.%u2028              

Mesmo que não haja sintomas, toda mulher com 40 anos ou mais de idade deve realizar o exame clínico das mamas anualmente. Ademais, toda mulher, entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. A mamografia é um raio-X da mama, que permite descobrir o câncer quando o tumor ainda é bem pequeno.

Se uma pessoa da família, principalmente a mãe, irmã ou filha, teve essa doença antes dos 50 anos de idade, a mulher tem mais chances de ter um câncer de mama. Quem já teve câncer em uma das mamas ou câncer de ovário, em qualquer idade, também deve ficar atenta. Nestes casos, as mulheres devem tomar cuidados especiais, fazendo, a partir dos 35 anos de idade, o exame clínico das mamas e a mamografia, uma vez por ano.%u2028              

O exame das mamas pode ser realizado pela própria mulher, apalpando os seios. Contudo, esse exame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso a mulher observe alguma alteração,  deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo de sua residência.

Para prevenir é essencial ter uma alimentação saudável e equilibrada (com frutas, legumes e verduras), evitar ao máximo alimentos processados, praticar exercícios físicos e não fumar. Essas são algumas dicas que podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer.

Por: Claudia Molinna

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