Cirurgião: Pacientes bariátricos se tornam “reféns’ de medicamentos para o resto da vida
Para muitos, optar pela bariátrica é a única forma de pôr fim à obesidade e se ver ativo novamente, com o físico que gostaria e podendo viver bem e com saúde. Mas, mesmo que o procedimento não imponha riscos tão grandes, se submeter à cirurgia traz uma série de escolhas. Segundo o cirurgião bariátrico e nutrólogo Kairo Moreno, entre essas escolhas estão questões como mudança de hábitos e até mesmo a “dependência” medicamentosa.
Em entrevista ao RepórterMT , o especialista explica que, atualmente, todo o paciente que se submete à cirurgia bariátrica ficará “refém” da reposição de nutrientes. Isso é uma recomendação da própria Sociedade de Cirurgia Bariátrica. “Hoje, modernamente dizendo, a Sociedade de Cirurgia Bariátrica recomenda que todo o paciente que faz cirurgia bariátrica, independente da idade ou da técnica cirúrgica, faça a reposição de nutrientes para o resto da vida”.
Kairo ainda esclarece que esse talvez seja o grande “calcanhar de Aquiles” do procedimento: a falta de capacidade de absorção de nutrientes por parte do metabolismo após a cirurgia, independente de qual técnica foi utilizada para que ela fosse feita. “Quando é realizada a cirurgia bariátrica, há uma mudança na forma com que o alimento passa pelo aparelho digestivo e há uma mudança nos hormônios. Isso influencia na capacidade de absorção de nutrientes. Então, é comum dizer que a implicação ou a complicação a longo prazo é a deficiência de nutrientes, vitaminas e minerais”.
