Consumir açúcar em excesso destrói o colágeno e acelera o envelhecimento da pele

Consumir açúcar em excesso destrói o colágeno e acelera o envelhecimento da pele
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A saúde da pele está associada a uma junção de fatores como genética, hormônios, exposição solar e estilo de vida. A alimentação é um ponto importante quando a discussão é sobre o envelhecimento precoce. O consumo de açúcar é um dos principais vilões nesse sistema, já que contribui com o surgimento de rugas e flacidez.

Esse processo é chamado de glicação, em que o açúcar em excesso no organismo se liga a proteínas, como colágeno e elastina, formando os chamados produtos finais da glicação avançada (AGEs), explica a dermatologista Thaís Guerreiro, membro da SBD-RESP (Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo).

Dentro do organismo, os AGEs funcionam como uma ‘crosta’ invisível: açúcares como glicose e frutose grudam em proteínas e gorduras (especialmente o colágeno da pele e dos vasos sanguíneos) e, com o tempo, essa ligação se transforma em um composto endurecido, como uma caramelização interna.

Dessa forma, os AGEs aceleram o aparecimento precoce de rugas e flacidez. Além disso, esse processo prejudica a neocolagênese (produção de novas fibras de colágeno) e resulta em uma pele mais fina e com menor sustentação.

A dermatologista Thaís Guerreiro também explica que o excesso de açúcar no organismo promove um ambiente inflamatório generalizado e aumenta a produção de radicais livres, acelerando o processo de envelhecimento cutâneo por meio do estresse oxidativo, o que prejudica a saúde e aparência da pele de forma abrangente.

Esse acúmulo de açúcar atrapalha a renovação celular da pele, desacelerando a substituição natural das células ‘favorecendo o acúmulo de células mortas na superfície e dando lugar a uma pele mais áspera e ressecada’, diz a farmacêutica e bioquímica Patrícia França, gestora científica da empresa Biotec Dermocosméticos.

A glicação não apenas compromete a textura da pele, tornando-a mais áspera e desidratada, mas também contribui para o aparecimento de alterações pigmentares como o melasma, intensificando os sinais visíveis de envelhecimento.

‘Esse processo começa a afetar o organismo ainda na juventude, mas seus efeitos se intensificam a partir dos 30 anos’, completa a dermatologista. ‘Pessoas com dietas ricas em açúcar, carboidratos refinados, ou com resistência à insulina/diabetes tendem a sofrer mais com os efeitos precoces da glicação, mesmo antes dos 30 anos.’

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o consumo de açúcares adicionados —como os presentes em doces, refrigerantes e alimentos industrializados— não ultrapasse 5% a 10% do total de calorias ingeridas diariamente.

A margem é de aproximadamente 25 gramas (cerca de 6 colheres de chá) para mulheres e 35 gramas (cerca de 9 colheres de chá) para homens. ‘Esse limite inclui açúcares refinados e presentes em alimentos processados, mas não se aplica a açúcares naturais encontrados em frutas e vegetais’, afirma a dermatologista.

‘Embora esse processo aconteça em silêncio, a glicação deixa marcas visíveis na pele’, afirma a farmacêutica e bioquímica Patrícia França. Em termos simples:

sua pele perde o brilho natural e fica com aparência opaca e cansada,

surgem rugas mais profundas antes do tempo,

a pele fica mais flácida porque as fibras perdem elasticidade e ficam rígidas,

manchas na pele, como o melasma, podem piorar porque a glicação aumenta a inflamação e estimula a produção do pigmento que dá cor à pele (melanina).

A farmacêutica cita que existem tratamentos específicos: produtos como alistin (para uso na pele, manipulado em farmácias de manipulação) e glycoxil (em cápsulas, vendido sob prescrição médica) ajudam a impedir e até reverter o processo em que o açúcar danifica as proteínas da pele.

A Nivea lançou um produto especificamente formulado para combater os efeitos da glicação cutânea com um ativo patenteado, o Glycostop.

O ativo, que está no Sérum Facial Q10 Dual Action, é o resultado de uma década de pesquisa e 1.700 ativos testados. ‘O produto foi testado em todos os tons e tipos de pele para assegurar sua eficácia e segurança’, explica Marília Zanoli, diretora de marketing da marca alemã.

Entre os procedimentos realizados por profissionais, há o laser fracionado e o microagulhamento, que estimulam a renovação da pele e a produção de colágeno novo. Os peelings químicos melhoram o tom e a textura da pele, enquanto bioestimuladores injetáveis intensificam a produção natural de colágeno.

Para casos menos graves, tratamentos com luz pulsada e radiofrequência também são eficazes. A combinação desses tratamentos sob orientação de um dermatologista oferece resultados melhores, não apenas melhorando a aparência, mas também restaurando a saúde da pele em profundidade.

BATANEWS/FOLHA

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