Fibromialgia é crônica, mas dá para conviver! Médico explica tudo sobre

Fibromialgia é crônica, mas dá para conviver! Médico explica tudo sobre
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Já imaginou sentir dores constantes e não saber exatamente de onde elas vêm, nem conseguir tratá-las com analgésicos? Isso acontece com as pessoas diagnosticadas com fibromialgia, doença reumatológica que atinge cerca de 2% da população brasileira, conforme mostram estudos.

Até algum tempo atrás, poucas pessoas conheciam essa doença, que demorava a ser diagnosticada. Hoje, com casos de famosos sendo comentados na mídia, como Lady Gaga e a atriz brasileira Dani Valente, mais informações sobre o quadro têm sido divulgadas ao público geral.

Por isso, conversamos com um especialista para entender melhor o quadro e sugerir melhorias no estilo de vida para conviver com essa doença.

O que é a fibromialgia

A fibromialgia é considerada uma doença reumatológica e é a segunda mais comum no país, atrás apenas da osteoartrose. “A fibromialgia caracteriza-se por uma síndrome dolorosa crônica musculoesquelética generalizada”, classifica o reumatologista Marco Antonio Araújo da Rocha Loures, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Ou seja, é um quadro em que a pessoa sente dores musculares por todo o corpo.

Fibromialgia e a saúde da mulher

A fibromialgia é muito mais comum em mulheres e não se sabe muito bem o porquê. “A proporção pode variar com os estudos, mas seria de 9 mulheres para 1 homem. Não se sabe o motivo de maior prevalência em mulheres, mas fatores como distúrbios do humor, depressão e, em alguns casos, os distúrbios hormonais podem ser considerados”, explica o especialista.

O que causa a fibromialgia?

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Até pouco tempo as causas da fibromialgia eram completamente desconhecidas. Hoje, o que temos são teorias sobre o tema. “A mais bem aceita é da sensibilização central, em que o paciente possui uma resposta anormal e inadequada do sistema nervoso central aos estímulos periféricos”, considera Loures. Ou seja, é como se as dores no corpo da pessoa fossem amplificadas.

Outro ponto importante que está em discussão é que, normalmente, essas dores estão relacionadas a fatores como a interrupção do estágio 4 do sono ou estresse emocional. Além disso, as crises podem ser acionadas por um agente externo como vírus ou outros tipos de infecções do corpo, ou até mesmo algum evento traumático.

Consequências da fibromialgia para a saúde

O quadro de fibromialgia é conhecido por trazer diversas consequências ao cotidiano e saúde do paciente. Confira os sintomas e como estão relacionados a situações específicas:

  • No corpo e musculatura: dores e rigidez muscular difusa e gradual;
  • No sono: dificuldade para dormir tanto devido às dores como pelo transtorno do sono causado pelo quadro;
  • No cotidiano: fadiga, enxaquecas e dores de cabeça tensionais;
  • No sistema digestivo e urinário: síndrome do intestino irritável, cistite intersticial;
  • Na mente: distúrbios cognitivos, como sensação de confusão mental e dificuldade de concentração;
  • Na saúde mental: depressão, ansiedade são comuns devido aos sintomas de dor.

Como já dito, estresse emocional, traumas, sono ruim e até exposição ao frio e umidade podem piorar esses sintomas. Vale ressaltar que a descrença de muitas pessoas no diagnóstico, o que inclui ouvir dos outros que isso é coisa da cabeça do paciente, costuma agravar o quadro. Outro ponto importante é que as dores não passam nem com o uso de anti-inflamatórios e analgésicos comuns, o que causa ainda mais frustração ao paciente não diagnosticado.

Pontos focais de dor na fibromialgia

Há alguns anos, era estabelecido que a fibromialgia causava pontos de dor em locais específicos do corpo como:

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  • Coluna cervical
  • Cotovelos
  • Coluna lombar
  • Glúteos
  • Quadril
  • Joelhos

Hoje, no entanto, aceita-se que outros padrões de dor dentro da fibromialgia. “Sendo uma síndrome, várias manifestações gerais são importantes”, considera o reumatologista Loures.

Diagnóstico da fibromialgia

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, o médico escuta as queixas e as correlaciona com seu conhecimento. No entanto, o ideal é realizá-lo com um reumatologista, que está mais acostumado a lidar com a doença em sua rotina e assim a reconhece mais facilmente. “A dificuldade do diagnóstico é pela falta de exames específicos laboratoriais e de imagem que poderiam nos ajudar”, explica Loures, já que esses exames são normalmente feitos apenas para afastar outras hipóteses diagnósticas e não para confirmar a fibromialgia.

Exames complementares e diagnósticos diferenciais

Antes do médico bater o martelo sobre a fibromialgia, ele vai investigar outras quadros como:

  • Síndrome da fadiga crônica;
  • Hipotireoidismo;
  • Hepatite C
  • Polimialgia reumática.

Para isso, ele pode pedir exames complementares de sangue e imagem, que poderão detectar essas outras alterações.

Vivendo com a fibromialgia

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Depois do diagnóstico, infelizmente a fibromialgia não tem cura: é uma doença crônica, mas que pode ser tratada para restaurar a qualidade de vida do paciente. Ele pode até se redimir se for possível reduzir o estresse emocional do cotidiano daquela pessoa, mas sempre persistem alguns sintomas. Para garantir uma vida mais plena, é preciso aliar tanto tratamento medicamentoso quanto medidas de estilo de vida, como você verá a seguir:

Tratamento da fibromialgia

“O tratamento da fibromialgia sempre é individualizado”, considera Loures, já que cada paciente possui uma história única. No entanto, é comum o médico lançar mão de medicamentos como antidepressivos, anticonvulsivantes e analgésicos como pregabalina, duloxetina e milnaciprana. O uso de opioides pode ser usado, mas com cuidado.

Como melhorar a qualidade de vida

Já os cuidados de estilo de vida são recomendados sem moderação e incluem:

  • Atividade física regular e alongamentos, garantindo liberação de serotonina;
  • Monitoramento do estresse, com exercícios de respiração, meditação e mindfulness;
  • Evitar carregar peso e outros traumas que possam desencadear sintomas;
  • Trabalhar de forma ergonômica e fazer alongamentos após o trabalho, para evitar dores;
  • Cuidados gerais de qualidade de vida, como alimentação equilibrada, evitar cigarro e álcool são importantes para evitar estresse e sintomas de dor;
  • Ter um diário da dor pode ser indicado para pacientes que gostam de registrar seu dia a dia e organizar, além de ajudar no tratamento médico.

No final das contas, o melhor caminho para uma vida com a fibromialgia é o equilíbrio e os cuidados gerais com a saúde. Outra doença feminina pouco conhecida e de difícil diagnóstico é a adenomiose: saiba mais sobre ela!

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