Colágeno: entenda tudo sobre o queridinho da pele firme
Eis que toda dermatologista fala de colágeno pra cá, colágeno pra lá. Tem cápsula de colágeno, colágeno em pó, bala e chocolate com o tal do ingrediente que aparentemente faz muito bem para a pele. Para saber mais sobre essa substância mágica, conversei com a nutricionista funcional Mariana Vilela Strang que me esclareceu dúvidas que vão além da estética.
O colágeno é uma proteína abundante no corpo humano. E acredite: existem muitos tipos. A classificação depende das diferentes combinação de aminoácidos e dos locais do nosso corpo em que são encontrados. Os principais tipos de colágeno são os dos tipos I, II e III. Os tipos I e III são os relacionados com a pele, cabelos, unhas e ossos. O colágeno do tipo II é mais encontrado nas articulações.
Por volta dos 30 anos começamos a perder colágeno, com pico de queda quando completamos 50 anos. Fique atenta para os fatores que ajudam na perda destas proteínas tão importantes:
“O estilo de vida é que mais influencia na perda de colágeno. Exposição demasiada ao sol, falta de tempo de sono, tabagismo e estresse são fatores que aceleram a perda.”
Explica a nutricionista funcional. Claro que o colágeno tem como benefício ajudar na firmeza da pele, mas existem outos pontos que são garantidos pela substância, como a saúde das articulações e cartilagens, e a prevenção ou melhora de sintomas como dores de joelho, por exemplo.
Mariana Strang explicou como se obter colágeno através da alimentação:
“As fontes de colágeno são exclusivamente animais: carne, frango, peixe, ovo, leite e derivados. É importante ressaltar que a vitamina C é super importante para absorção de colágeno. Assim, no caso de suplementar, é preciso procurar sempre um produto que tenha também a vitamina C, ou tomá-la a parte. No caso de colágeno obtido na alimentação, acrescentar um limão espremido ao peixe, por exemplo, já garante a vitamina.”
Em relação a quantidade no consumo de proteína diário, não precisa de muito para se obter o colágeno desejado. O volume ideal depende do peso da pessoa. A nutricionista recomenda uma média de 0,8 a 1,2 g de proteína animal por kg de peso. Mas avisa:
“Varia muito. Uma pessoa que não come bem pode usar a proteína para fazer outras coisas no corpo, com fabricar enzimas, por exemplo.”
Se você é vegano, não se desespere. Garantindo uma alimentação caprichada, e procurando outras fontes de aminoácidos (sem ser proteína animal) é possível conseguir montar o colágeno.
A questão da suplementação ainda é controversa. Alguns profissionais acham que dá resultado, outros pensam que não. A condução, na maioria dos casos, segue o critério do benefício possível para pacientes que apresentam sintomas de perda significativa, como flacidez de pele, desidratação cutânea e dores articulares. Com um tempo de suplementação é possível se estabelecer se está ou não valendo a pena. Apesar dessa dúvida, existem alguns pontos a se observar:
“Se a pessoa não mudar o estilo de vida, a suplementação não vai adiantar muito. Deve-se dormir direito, driblar o estresse, evitar tabagismo e exposição ao sol (em excesso). Outro ponto importante é que a digestão e absorção do paciente estejam funcionando bem, caso contrário não haverá absorção.”
O risco do excesso no consumo de colágeno é baixo, caso ocorra, a consequência é como a do abuso de qualquer outro tipo de proteína, com reflexo, por exemplo, na sobrecarga dos rins. Existe vantagem, caso opte-se pela suplementação, no consumo de colágeno hidrolisado, que já vem quebrado, facilitando a digestão e a absorção. Por ser uma proteína, o consumo pode até ajudar na saciedade e controle de peso. A digestão lenta, porém, não é milagre, pois a dosagem recomendada para a suplementação é de cerca de 10 g, o que não garante saciedade por um tempo prolongado.
Satisfeitas? Se antes eu queria colágeno para pele, agora quero para a vida!
Colaborou com a matéria a Nutricionista Funcional
Mariana Vilela Strang
maristrang@gmail.com