Entenda como a exaustão pode interferir na produção do leite materno

Entenda como a exaustão pode interferir na produção do leite materno
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Os primeiros meses de vida de uma criança são desafiadores para as famílias. Os cuidados intensivos do recém-nascido acompanhados de mudanças na rotina podem ser ainda mais exaustivos para as mães. O cansaço físico e emocional, associado ao estresse, pode interferir na produção do leite.

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A liberação do leite materno durante a amamentação acontece a partir da ocitocina, um hormônio que promove a contração das glândulas mamárias. O Ministério da Saúde alerta que os níveis elevados de estresse, que levam à produção de hormônios como adrenalina e cortisol, pode reduzir a ocitocina e dificultar o aleitamento.

A prolactina, hormônio responsável por estimular a produção do leite materno, também pode sofrer interferências em decorrência da exaustão.

Especialistas afirmam que a formação de uma rede de apoio é fundamental para tornar o processo de amamentação mais fácil.

“A rede vai fazer com que a mulher passe por esse momento da amamentação de forma mais tranquila, sem estar sobrecarregada com afazeres domésticos, por exemplo. Durante a amamentação, a mulher fica mais frágil, mais vulnerável e precisa ser ouvida”, explica Renara Guedes, consultora técnica da Coordenação de Saúde Perinatal e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.

A orientação sobre o aleitamento para as mães e familiares deve ser realizada durante as consultas de pré-natal. Além da família, a rede pode ser formada por amigos, empregadores e profissionais de saúde.

O leite materno é produzido de acordo com a demanda da criança, então, quanto mais o bebê mamar ou a mulher extrair seu leite, maior será a produção.

O Ministério da Saúde recomenda que caso a mulher venha a ser separada da criança, seja por trabalho, doença ou qualquer outra questão, deve-se extrair o leite materno de 6 a 8 vezes ao dia, inclusive durante a noite, que é quando há aumento da prolactina no organismo feminino, para manter a produção de leite.

Medidas podem ajudar nas principais dificuldades da amamentação

O momento da amamentação pode trazer dúvidas e uma série de dificuldades que são comuns ao aleitamento. Alguns bebês apresentam dificuldades para iniciar a amamentação nos primeiros dias de vida. As causas podem estar associadas à “pega” e posição da criança ou ao uso de bicos de mamadeiras de silicone e de chupetas.

A “descida do leite” – ou apojadura – pode demorar um pouco mais para acontecer em algumas mulheres. Entre as possíveis causas estão as cesarianas programadas), fatores hormonais, partos prematuros e a obesidade. A estimulação da mama, com sucção frequente do bebê ou com extração manual, pode ajudar.

Fatores como o tamanho maior da mama e o frênulo lingual também podem interferir na amamentação. Além de checar a caderneta da criança para a avaliação do frênulo lingual, existem posições que favorecem o aleitamento.

Mãe e bebê devem se sentir confortáveis, com o corpo da criança virado para o corpo da mãe, com a cabeça e o corpo da criança alinhados, e nunca com o pescoço torcido, além de evitar o uso de bicos de mamadeiras e chupetas.

Enquanto a criança tiver dificuldade para sugar, pode-se retirar o leite do peito de forma manual ou com bomba, de 6 a 8 vezes ao longo do dia, e oferecer ao bebê em um copo ou colher. A medida ajudará na produção de leite até que a criança volte a sugar.

Um mamilo plano ou invertido pode dificultar a amamentação, mas não precisa se trata de um impeditivo. É possível ajudar o bebê a abocanhar o mamilo e a aréola e tentar diferentes posições para facilitar a “pega”.

Se a mama estiver muito cheia, antes de iniciar a amamentação, deve-se massagear as mamas e retirar um pouco de leite para que a aréola fique mais macia e facilitar que a criança pegue o peito.

Nos primeiros dias após o parto, a mulher pode sentir os mamilos doloridos, fator considerado normal devido ao aumento da sensibilidade das mamas no final da gestação e início da amamentação. No entanto, se o mamilo apresentar alguma fissura, deve-se procurar orientação profissional.

Outra dificuldade comum apresentada no período é a produção de leite acima da quantidade que o bebê consegue mamar. O problema aparece quando a mama fica muito cheia a ponto de a pele ficar esticada, causando muitas vezes o endurecimento da mama ou a presença de alguns caroços.

De acordo com o ministério, esse processo é chamado ingurgitamento mamário, conhecido popularmente como “leite empedrado”. Em situações mais graves, as mamas podem ficar doloridas, inchadas e com a pele avermelhada e brilhante, podendo provocar febre e mal-estar.

Para melhorar, o bebê deve mamar sempre que quiser, sem horários restritos e sem pressa. Outras alternativas podem ajudar, como massagens suaves com movimentos circulares, iniciando sempre ao redor da aréola, além da retirada de um pouco de leite para facilitar a amamentação da criança.

CNN

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