Maldição da Mega-Sena: ganhadores viram vítimas de assassinatos e golpes

Maldição da Mega-Sena: ganhadores viram vítimas de assassinatos e golpes
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Ganhar na Mega-Sena é um sonho para muitas pessoas. No entanto, virar milionário pode se tornar um pesadelo e até acabar em um fim trágico. Na última quarta-feira (14), Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ganhador de  R$ 47,1 milhões em 2020, foi encontrado gravemente ferido e inconsciente, em Hortolândia (SP).

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi vítima de sequestro e espancamento, chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Ainda conforme as investigações, os criminosos fizeram várias tentativas de saque em suas contas durante o período em que a vítima estava desaparecida. Até o momento, a polícia sabe que os bandidos conseguiram fazer uma transferência via Pix no valor de R$ 18 mil e saques no valor de R$ 2 mil. O caso, que segue em investigação, se soma a outros episódios envolvendo ganhadores da Mega-Sena que foram parar na polícia.

‘Viúva da Mega-Sena’

Adriana com Renné Senna.

Em janeiro de 2007, o ex-lavrador e ex-vendedor de doces à beira da estrada, Renné Senna foi morto a tiros em Rio Bonito (RJ). Ele havia ficado milionário em 2005, quando ganhou R$ 52 milhões na Mega Sena.

Diabético, Senna tinha perdido as duas pernas por causa de complicações da doença. Em 2006, começou a namorar Adriana de Almeida, 25 anos mais jovem do que ele.

Seis pessoas foram acusadas de cometer o crime, entre elas a viúva. Adriana foi inocentada em 2011, mas a sentença foi anulada em 2014 pelo Tribunal de Justiça do Rio, por causa de uma irregularidade cometida durante o julgamento – dois jurados se comunicaram.

Em dezembro de 2016, Adriana foi julgada novamente e então condenada a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa à vítima). Ela foi acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do assassinato. Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, ex-seguranças de Renné Senna, haviam sido condenados em julho de 2009 como executores do crime.

Assassinado em bar no CE

Ganhador da Mega-Sena, Miguel Ferreira de Oliveira foi morto no dia 4 de fevereiro de 2018 (Crédito:Reprodução/ Facebook)

Miguel Ferreira de Oliveira, de 50 anos, conhecido como o Milionário da Mega-Sena no Ceará, foi morto em fevereiro de 2018, no bar Ponto da Pizza, em Campos Sales (CE).

Oliveira, que era natural de São Paulo, faturou, em 2011, o prêmio de R$ 39 milhões na Mega-Sena. Após ganhar o prêmio, ele se mudou para Campos Sales, onde comprou imóveis e vivia dos aluguéis.

De acordo com a polícia, ele respondia em liberdade, desde dezembro de 2016, a um processo por desacato a policiais do BPRaio e por embriaguez ao volante.

Ele participava de uma seresta quando foi atingido por três tiros disparados por um homem. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, o autor dos disparos chegou e saiu caminhando. Para fugir, entrou em um terreno baldio, próximo a um posto de gasolina. A vítima morreu na mesa do bar.

Em 2020, o suspeito de matar o Milionário da Mega-Sena, Antônio Pedro dos Santos, de 30 anos, foi encontrado morto com marcas de tiro também em Campos Sales (CE). Antônio estava respondendo ao inquérito em liberdade.

Pai encomendou morte do filho

Em 2010, Francisco Serafim Barros foi acusado de encomendar a morte do filho Fábio Leão Barros, ganhador de R$ 28 milhões em julho de 2006. Após ganhar o montante, Fábio transferiu o valor para o pai.

Dois anos depois, ele pediu para Francisco devolver o dinheiro, mas o pai se recusou. Para reaver o prêmio, Fábio entrou na justiça.

Em maio de 2010, Francisco foi preso em Cuiabá (MT) acusado de planejar a morte do filho. Ele teria contratado dois pistoleiros que executariam o crime. No entanto, a dupla foi parada em uma blitz e confessou que iriam matar Fábio a mando do pai.

No mesmo ano, pai e filho entraram em um acordo sobre os valores do prêmio. Francisco foi indiciado por formação de quadrilha, foi solto no mesmo ano e nega as acusações.

Traficante ganhador da Mega-Sena morto a tiros

Anselmo Becheli Santa Fausta foi executado a tiros em a 27 de dezembro de 2021. Ele era suspeito de ser um traficante internacional de drogas com um patrimônio de cerca de R$ 500 milhões. Segundo as investigações, o prêmio de R$ 25 milhões que ganhou na Mega Sena serviria para lavar dinheiro.

Segundo a polícia, Anselmo era suspeito de comandar o tráfico de drogas na comunidade Caixa D’Água, em São Paulo. E também atuava, em parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC), na exportação de entorpecentes.

Os agentes informaram que ele usou um documento falso, no qual se chamava Eduardo Camargo de Oliveira, para ganhar o prêmio de R$ 25 milhões na Mega Sena. Anselmo ainda usou quase R$ 300 mil do valor ganho para investir em bitcoin (criptomoeda).

O Departamento de Homicídio é encarregado de investigar o autor e a motivação dos assassinatos.

Golpe deixou milionário pobre

Neste ano, duas pessoas viraram réus acusadas de aplicarem golpe de mais de R$ 10 milhões em Fredolino José Pereira, de 71 anos, ganhador da Mega-Sena de Viamão (RS), em 2018. O ex-sócio do idoso e a namorada são acusados de apropriação indébita de bens de pessoa idosa e lavagem de dinheiro.

O ex-sócio também foi denunciado por estelionato, ameaça e falsificação de documentos públicos. Na denúncia, o Ministério Público afirmou que o casal “passou a administrar e a dilapidar os valores recebidos pelo idoso”.

Fredolino chegou a contar para a polícia que precisava pedir dinheiro para o ex-sócio, e que o suspeito dizia que pagaria um salário da empresa comprada pela vítima, mas que os pagamentos não foram cumpridos.

Fonte:IstoÉ

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