Presa pela morte da filha de 2 anos, mulher diz que tinha medo de denunciar o marido

Presa pela morte da filha de 2 anos, mulher diz que tinha medo de denunciar o marido
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Em depoimento, a mulher de 24 anos que está presa pela morte da filha, de dois anos, disse que tinha medo de denunciar o atual companheiro. Ela ainda alegou que percebia sinais de abuso na criança quando ela voltava da casa do pai, de quem está separada, mas não relatou ter feito denúncia.  

Série de abusos e agressões foram reveladas na noite de quinta-feira (26), após a menina de dois anos dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino já sem vida. Assim, mãe e padrasto da criança foram presos.

Para a polícia, a mulher disse que a filha começou a passar mal na noite de quarta-feira (25), com dores no estômago e vômito. No entanto, deu remédio para a criança, que teria melhorado.

Já na quinta-feira, a menina acordou pedindo comida, mas acabou vomitando e relatou novas dores no estômago. Então, à tarde a menina dormiu, acordando pior já por volta das 15h30.

Ainda segundo a mãe, a barriga da criança inchou e ficou dura, quando decidiu levar a filha ao médico. Assim, a mulher alega que a menina começou a ter dificuldades para respirar.

Apesar do trajeto entre a casa e o posto de saúde durar 10 minutos, a médica que atendeu a criança confirmou que a menina já estava morta há pelo menos quatro horas.

Confirmou agressões

Também segundo a mulher, os hematomas encontrados na criança teriam sido causados pelo padrasto na última semana. Ela confirmou que o homem tinha hábito de agredir as crianças.

Ainda segundo ela, essas agressões seriam ‘corretivos’. Já sobre os sinais de abuso, a mulher alegou que percebia outras vezes o órgão genital da menina avermelhado quando ela voltava da casa do pai.

No entanto, não disse ter feito qualquer denúncia pela suspeita de estupro. A mulher ainda afirmou que o padrasto era quem dava banho na criança e que, quando chegava, a menina já estava de banho tomado e vestida.

Por fim, disse que tinha medo de denunciar o companheiro porque ele ameaçava tirar a filha dela. Já o padrasto da menina, também preso, permaneceu em silêncio no depoimento.

Enquanto isso, o pai da criança foi ouvido como testemunha. Ele contou que buscava a filha para visitas e ela sempre tinha hematomas pelo corpo.

Por isso, registrou dois boletins de ocorrência por maus-tratos, em novembro de 2022 e dezembro de 2021. A mãe da criança é apontada como suspeita em um deles e está como autora em outro boletim. Tais registros foram feitos na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

O que foi observado na UPA

Segundo o relato da médica, quando a criança chegou à unidade de saúde, ela já estava morta há pelo menos 4 horas com sinais de rigidez.

Além disso, havia hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. Ainda segundo a médica, a mãe estava estranhamente tranquila e só ficou nervosa quando foi informada que a polícia seria acionada.

Ainda nos exames feitos na UPA, foram constatados os sinais de estupro na criança. Com a chegada dos policiais, a mãe negou que tivesse levado a criança até a UPA já morta.

30 atendimentos médicos na ficha da criança

Também foi apurado pela polícia que a criança já tinha no histórico médico o registro de 30 atendimentos feitos e, em um deles, constava fratura de tíbia.

Presos, mãe e padrasto responderão pelo infanticídio e também são apurados os crimes de estupro de vulnerável e maus-tratos.

Vizinhos ouviam os choros

Choros constantes eram ouvidos da casa onde a pequena de dois anos vivia com a mãe, padrasto e irmão.

Uma vizinha contou ao Jornal Midiamax que, na semana anterior, encontrou com a menina e a mãe em um supermercado e tudo aparentava estar bem. Inclusive, disse à reportagem nesta manhã que não sabia que a menina havia morrido.

Ainda segundo a testemunha, ela ouvia o choro da criança que vinha da residência. Também outro vizinho afirmou que sempre ouvia o choro da criança, mas disse que “criança chora mesmo”.

Midiamax

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