Mato Grosso do Sul bateu recorde de feminicídios desde a lei criada
Mato Grosso do Sul infelizmente, noano de 2022, bateu o triste recorde de violência contra mulher que resultaram em vários feminicídios, várias famílias destruídas e principalmente crianças que ficaram órfãs de mães. A violência doméstica é com certeza um dos grandes desafios da Polícia Militar e Civil e das políticas públicas.
Conforme dados extraídos da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), apenas neste ano foram registrados 43 feminicídios no estado – o principal mês e o mais fatal de mulheres foi janeiro, com 7 mortes contabilizadas.PauseUnmute
Campo Grande é quem também registrou o maior número de vidas perdidas por esse crime, sendo 10 contabilizados. O que chama a atenção também diante desse triste cenário é violência, frieza e brutalidade em que seus “companheiros” tiraram suas vidas.
Essas mortes tiveram crueldade. Mulheres foram esfaqueadas até perderem seus sinais vitais, sendo alvejadas, torturadas e até quase degoladas. Algumas, inclusive, foram mortas na frente dos seus filhos pequenos e que ficarão com a cena marcada em suas memórias.
Mas sempre há um ponto a ser questionado nessas mortes: por quê? A DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) trabalha incansavelmente para responder essa pergunta e às vezes tem uma resposta na ponta da língua: o ciúme doentio de alguns homens que perseguem, agridem e matam suas companheiras e até ex-companheiras.
A lei de feminicídio foi criada em 2015 e desde lá, muitas mulheres foram mortas e o número sempre foi aumentando consideravelmente. Em seu primeiro ano de vigência, foram 15 registros de vidas ceifadas pelos homens.
No ano seguinte, o número dobrou e subiu para 34. Em 2017, caiu para 28 mulheres mortas e aí entrou uma gangorra: 2018 teve 31 feminicídios, em 2019 houve a queda para 29, mas 2020 havia sido o pico de mortes com 38 registros de mortes violentas contra as mulheres – ano em que, coincidentemente, houve o início da pandemia.
Muitas ocorrências registradas foram atribuídas pela reclusão das pessoas em suas casas. No principal ano da doença em Mato Grosso do Sul, em 2021, houve 31 mortes, apresentando uma queda.
Mas aí, 2022 apresentou um grande e terrível cenário para as mulheres: 43 feminicídios ao longo dos doze meses do ano.
A Deam trabalha incansavelmente para evitar novos feminicídios. (Foto: Wesley Ortiz)
O que é uma violência doméstica? E como podemos definir essa qualificação.
A violência doméstica e familiar contra a mulher é considerada qualquer ação ou omissão baseada no gênero feminino que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
O grande número de ocorrências também assusta quem trabalha nesse policial e defendendo as mulheres: 18.681 denúncias realizadas na Polícia Civil.
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