Unhas podem revelar indícios importantes de doenças graves que afetam pulmão, fígado e coração

Unhas podem revelar indícios importantes de doenças graves que afetam pulmão, fígado e coração
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Formadas, basicamente, por células mortas, chamadas de estruturas queratinizadas, as unhas têm, como principal função, a proteção das extremidades do corpo humano, mas podem revelar sinais mais importantes da nossa saúde do que estamos acostumados a supor. É o que revela a dermatologista Michelle Diniz. “As unhas podem demonstrar diversas alterações no nosso corpo, como anemia, infecções por fungos e bactérias, e, principalmente, certas doenças de pulmão”, alerta a especialista. 

Segundo ela, no caso das alterações sistêmicas, próprias da anemia, “as unhas podem ficar fracas, quebradiças, e sofrer mudanças de formato”, como a coiloníquia, em que a unha ganha o aspecto de uma colher. Outro ponto de atenção é para as doenças de tireoide, cuja queixa frequente entre os pacientes com a enfermidade é, justamente, o comprometimento das unhas. Já no caso da diabetes, há a recorrência do amarelamento das unhas e de uma maior predisposição a infecções, como as micoses.

Doenças consideradas mais graves, que afetam fígado, pulmão e coração, também podem receber sinais importantes através das unhas, que “geralmente ficam opacas, e às vezes, inclusive, até mais azuladas ou arroxeadas, no caso de doenças em que ocorre uma alteração na oxigenação do sangue”, explica Michelle. Ela orienta alguns cuidados básicos no trato com as unhas, a começar por “uma alimentação saudável e balanceada, que vai contribuir para que essas unhas fiquem mais firmes e fortes”, diz. 

Outra dica preciosa é “não remover cutículas ou remover o mínimo possível”. “Porque, na verdade, a cutícula é uma proteção para a unha”, sustenta a dermatologista. Ela esclarece que, atrás da cutícula, existe a matriz ungueal, que seria uma espécie de “fábrica da unha”. “Então, retirar a cutícula excessivamente pode levar a alterações e criar ondulações nessas unhas, o que pode acabar prejudicando-as”, informa. De acordo com Michelle, “o ideal é manter as unhas sempre bem aparadas e mais curtas”.

Perigos

A dermatologista afirma que “as unhas longas são mais suscetíveis a traumas”. “Elas podem acabar se quebrando com mais facilidade, e, para pessoas que têm exposição a produtos químicos, mesmo que seja sabão, detergente, enfim, esses produtos de limpeza que são muito comuns em casa, recomendo usar luvas de proteção, porque essa exposição excessiva pode acabar ressecando e favorecendo a fragilidade das unhas também”, salienta Michelle, que traz um olhar especial à vaidade.

“Para quem tem costume de usar esmalte, o melhor é deixar um intervalo de, pelo menos, um a dois dias com a unha sem nenhum esmalte, para que ela consiga ser hidratada durante esse tempo”, sublinha. Michelle conta que esmaltes e removedores também são responsáveis pelo ressecamento das unhas. “O risco do uso frequente de acetona e outros removedores de esmalte é, principalmente, o ressecamento e a desidratação das unhas”, reforça. Já as unhas postiças, por serem aplicadas com cola, trariam o risco do desenvolvimento de alergias por parte de quem adere à modalidade.

Outro perigo seria o risco do acúmulo de sujeira entre a unha postiça e a natural da pessoa, o que aumentaria a probabilidade de infecções por bactérias e fungos que tendem a comprometer a região. “Às vezes, o alongamento de unhas é feito também, e, para colar essa unha postiça, se usam lixas que deixam a unha mais frágil ainda”, observa Michelle. 

O efeito, a longo prazo, seria o contrário do aparente e esperado num primeiro momento. “A princípio, a pessoa tem a ideia de que a unha está ficando mais forte, mas, ao remover a unha postiça, o resultado são unhas extremamente fragilizadas, que vão demandar um tempo, de alguns meses, para se recuperarem”, conta.

Cuidados

A dermatologista afirma que unhas de aspecto saudável devem ter “uma coloração rosada, geralmente transparente, e a porção mais próxima da cutícula, chamada de lúnula, deve ser mais branca, pois ali é a matriz da fábrica da unha”, diz. 

Unhas de aspecto opaco, amarelado, frágeis, quebradiças e descamando, necessitariam de cuidados, justamente por serem um “alerta de algum problema na região”. Evitar unhas artificiais, dar preferência para removedores de esmalte sem acetona, ter uma rotina de hidratação das unhas são “alguns dos cuidados essenciais”.

“Nas situações em que a pessoa já tem uma unha mais fragilizada, existem suplementos e vitaminas como a biotina, das quais já temos evidências que, em doses um pouco mais altas, podem ajudar a fortalecer e recuperar a saúde das unhas”, assegura Michelle. 

Mitos e verdades sobre a saúde das unhas

A dermatologista Michelle Diniz considera de suma importância informar à população de que o surgimento de lesões pigmentadas e pintas embaixo das unhas podem ser o indício preocupante do surgimento de um câncer de pele na área. “Se a pessoa notar o aparecimento de manchas escuras, principalmente no formato de faixa nas unhas, ela precisa ser avaliada urgentemente por um dermatologista”, alerta a profissional.

Ela aproveita a ocasião para desmentir um mito recorrente sobre o uso de formol nas unhas. “Algumas pessoas acreditam que o formol fortalece as unhas, mas a verdade é que acontece o inverso. Apesar da primeira impressão de fortalecimento, com o tempo as unhas ficam ressecadas e fragilizadas, além do risco de alergia”, arremata Michelle. 

Dicas

– Não remover cutículas ou remover o mínimo possível

– Dar um tempo de descanso de um a dois dias sem esmalte

– Usar luvas de proteção ao lidar com produtos de limpeza

– Ter uma alimentação saudável e balanceada

– Observar se as unhas estão com coloração rosada e transparente 

– Evitar o uso de unhas postiças, removedores e formol

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